quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

A visita do tio Óscar: Melhor actriz secundária



Duas candidatas saltam logo à cabeça: Penelope Cruz em "Vicky Christina Barcelona" e Kate Winslet, em "The reader". A primeira, porque, para além da selvagem interpretação que parece ter no filme, está a ser dirigida por Woody Allen, que já criou uma tradição de conseguir nomeações e vitórias para intérpretes seus nas categorias secundárias de Oscar; a segunda, porque é Kate Winslet, universalmente amada, longamente injustiçada e usando a aldrabice de ter um papel e concorrer numa categoria secundária.
Depois, temos Viola Davis, verdadeiramente secundária e ainda assim arrebatadora como mãe de um miúdo suspeito de ter sido abusado por um padre em ""Doubt"; Marisa Tomei, stripper e ligaçção humana ao mundo do personagem principal em "The wrestler"; Taraji P. Henson, como mãe adoptiva do personagem titular em "The curious case of Benjamin Button"; Amy Adams, como freira novata em "Doubt"; e se quiseremos esticar a corda, Rosemarie DeWitt, como a Rachel de "Rachel gettin' married". Usando de alguma lógica oscarizante e regras anteriormente citadas, o alinhamento deverá ser este:

Penelope Cruz - Vicky Christina Barcelona
Kate Winslet - The reader
Viola Davis - Doubt
Marisa Tomei - The wrestler
Taraji P. Henson - The curious case of Benjamin Button

A visita do tio Óscar: Melhor actor secundário



Normalmente, a categoria das surpresas e left field choices. Neste ano, podemos encontrar duas destas últimas: um acto nomeado por um filme baseado numa BD e um por fazer uma das coisas mais poiliticamente correctas em Hollywwod. Falamos de Heath Ledger em "The dark knight" e Robert Downey Jr. em "Tropic Thunder". O primeiro, como é consabido, interpreta o Joker como um anarca puro, a loucura firmada na realidade e por isso mais assustadora. O espectador sabe também que aquele actor já por cá não anda, e por isso é como se estivesse a assitir a um filme de lá do túmulo. É a combinação desses dois factores (talento + homem morto) que tornam Ledger o candidato mais certo nesta categoria e o favorito à vitória. Quanto a Downey Jr., estamos perante um dos actores do ano: "iron Man" foi um retumbante sucesso e 2008 é o ano definitivo do regresso do actor mais talentoso da sua geração. Hollywwod quer premiá-lo com a nomeação, mesmo que por uma comédia, onde ele se destaca com uma paródia aos próprios Óscares, encarnando Kirk Lazarus, um actor tão do método que se submete a uma operação de mudança da cor de pele para interpretar um negro.
Para as restantes vagas, duas escolhas parecem óbvias: Philip Seymour Hoffman, em "Doubt", como um padre suspeito de pedofilia (pode ser um tema polémico, mas hei, é o Philip Seymour Hoffman) e Josh Brolin em "Milk", interpretando um personagem algo vilanesco, mas ele este ano teve "W." e no ano passado "No country for old man". Para mais, e nunm comentário mais mauzinho, no filme, ele acaba por matar o personagem gay, e no confronto homófobos-gays na Academia, os primeiros ganham. Sobra um. Dev Patel, actor indiano revelação em "Slumdog millionaire" é, na verdade, o principal do filme, mas o estúdio está a promover a sua participação em secundário, para tentar conseguir mais uma nomeação. É um estratagema sujo, mas habitual. Na minha opinião, ele será o quinto nomeado, se esta aldrabice passar, mas tenhai cuidado com Ralph Fiennes (sejam em "The reader" ou "The duchess") e Eddi Marsan em "Happy-go-lucky").

Heath Ledger - The dark knight
Robert Downey Jr. - Tropic Tunder
Philip Seymour Hoffman - Doubt
Josh Brolin - Milk
Dev Patel - Slumdog millionaire

A visita do tio Óscar: Melhor realizador



A questão dos nomeados para melhor realizador é a de que, em teoria, eles estão encontrados há pelo menos um mês, devido aos prémios percursores dos Óscares. A unanimidade em trono dos mesmos 5 nomes tem sito tão intensa que parece impossível que o final seja uma surpresa. No entanto, e se recordarmos as últimas dez edições, há sempre um maverick que estraga este tipo de contas: o lugar do nomeado sem filme. O nomeado sem filme é um realizador cuja obra não está nomeada para melhor filme, mas que pela sua competência e qualidade, acaba por surgir, quase como se lhe estivessem a dar um prémio de consolação. Isto deve-se ao facto de o colectivo de realizadores que vota para a Academia ser normalmente bastante mais selectivo do que os restantes grupos, o o facto é que o sindicato de realizadores se tem tornado no indicador mais fiável tanto para melhor realizador, como para melhor filme. A única vez, na última década, em que os nomeados de filme e realizador coincidiram foi em 2006, no ano de Brokeback Mountain, Crash, Munich, Good night and good luck e Capote.
Se tudo corresse como previsto, danny Boyle surgiria à cabeça, como o responsável pelo filme sensação da corrida deste ano, Slumdog millionaire. Ele tem participado do jogo dos Óscares, com entrevistas e simpatia, e as pessoas gostam dele. Juntando à sua qualidade habitual (mjitas vezes esta nomeação é um prémio por outros filmes e não pelo que está a concurso), devem garantir-lhe a nomeação. Depois, temos David Fincher, que estáà frente do provável filme mais nomeado. Há quem defenda que Fincher ficará de fora, pois não é propriamente o tipo mais simpático do mundo, mas temos o filme, temos uma nomeação para a DGA, temos o recohecimento generalizado de que estamos perante alguém que percebe da poda (e é artista...) e para além disso, ficou a sensação de que se as coisas tivessem corrido de outra maneira, ele merecia ter sido nomeado o ano passado por "Zodiac". São factores a mais. De seguida, Gus van Sant, um independente habitual, mas que se torna oscar darling quando mergulha no mainstream, como o prova "Good will hunting". Ainda não vi "Milk", mas normalmente, os realizadores de biopics são beneficiados. Veja-se por exemplo Bruce Beresford, mediano realizador do tépido "Ray", que conseguiu ser nomeado. Ron Howard é daqueles tipos simpáticos a quem apetece dar prémios. Repare-se que, goste-se ou não de "A beautiful mind", ele ganhou um Oscar em detrimento de Ridley Scott, David Lynch, Robert Altman e Peter Jackson, todos tipos mais infinitamente talentosos que ele. O homem é simpático e o filme tem tido boas críticas e apoios. Por fim, chegamos a Christopher Nolan. Há que lhe dar crédito: ele tem no bolso o filme mais rentável do ano. Em ano de crise, isso é um facto a registar, e para mais, conseguiu aliar dinheiro a excelentes críticas. A Academia gosta de Nolan: nos ano anteriores, arranjou sempre maneira de distinguir os seus filmes com pequenas nomeações para distinguir as obras. Mesmo que "The dark knight" não surja em melhor filme, Nolan será sempre destacado aqui. Não imagino que seja deixado de fora em ambas.
Se no entanto, a regra do nomeado sem filme prevalecer, que está na calha? Ora, há 4 nomes que não convém ignorar. Clint Eastwood em Gran torino, por razões óbvias; Darren Aronofsky, por The wrestler, por ser, de facto, o grande responsável pelo filme, encaixando assim no perfil do nomeado sem filme; Mike Leigh por Happy-go-lucky, por Leigh é um habitué neste tipo de cerimónias; e não podemos esquecer Andrew Stanton, por Wall-E, num incrível long shot, mas não podemos esquecer que o filme do robô animado tem pairado como um fantasma por esta edição, ameaçando aparecer em melhor filme. Descartá-lo será um erro.
Outros dias seriam bons para lançar palpites. No entanto, hoje está-me a apetecer jogar pelo seguro. Por isso, os nomeados deverão ser

Danny Boyle - Slumdog millionaire
David Fincher - The curious case of Benjamin Button
Gus van Sant - Milk
Ron Howard - Frost/Nixon
Christopher Nolan - The dark knight

sábado, 17 de janeiro de 2009

A visita do tio Óscar: Melhor actriz



A corrida de Melhor actriz é normalmente a mais previsível de entre as principais. Não costuma haver grandes papéis para mulheres em Hollywood e por isso as hipóteses reais nunca são muitas. Quando as há, recorre-se a uma fórmula normalmente infalível:

Meryl Streep/Cate Blanchett/ Kate winslet
Actriz em ascensão, gira como o diabo
Veterana respeitada
Representante indie
Actriz britânica/estrangeira

Este ano, penso que pela primeira vez na história, o primeiro elemento da fórmula pode ser dividido em três: Kate, Cate e Meryl estão todas na corrida. Winslet com "Revolutionary road", Streep com "Doubt" e Blanchett com "The curious case of Benjamin Button". As duas primeiras estão garantidas, parece-me, pois ambas são presenças habituais neste género de coisas, e aparentemente, têm papéis muito fortes, em termos femininos (no caso de Winslet, uma mulher dona de casa em crise existencial e matrimonial nos anos 50, e no caso de Streep, uma freira ulta-conservadora que tenta deslindar um caso de pedofilia em "Doubt"). Blanchett está mais tremida, pois até agora, não apareceu em prémios percursores, embora me pareça estranho, visto estar não só no provável filme mais nomeado, mas também ter um tour de force irrepreensível, uma interpretação magistral.
Na actriz em ascensão, gira como o diabo, Anne Hathaway, em "Rachel gettin' married". No filme de Jonathan Demme, interpreta uma actriz falhada, que sai da reabilitação por causa de drogas, para ir ao casamento da irmã mais velha que toda a gente adora. Um papel em modo de auto-comiseração, sarcasmo e sofrimento, como toda a gente gosta que as mulheres bonitas desempenhem. Hathaway tem-se tornado cada vez mais visível, em filmes comerciais e papéis secundários noutros mais arty, como "Brokeback mountain". Neste momento, é daquelas actrizes da moda em Hollywood, muito querida e acabou de passar por um escândalo onde o ex-namorado foi preso e ela foi vista como vítima de um logro. Tudo junto, não tem que enganar.
Os restantes postos, este ano, estão em overlapping, porque não há veteranas respeitadas na discussão e a única representante indie é Melissa Leo, uma actriz respeitada pelo seu talento, mas com personalidade agreste e sem star profile. Amy Ryan, no ano passado, conseguiu ser a desconhecida nomeada, mas no geral, era impossível ignorar a sua performance, e ela é simpática e mostra-se divertida a lidar com a imprensa. Leo não é assim. Apesar de o seu papel em "Frozen river" ser complicado e ela parecer estar brilhante, há outras candidatas que lhe podem roubar o protagonismo. No seu próprio território, tem Kristin Scott Thomas e Sally Hawkins, respectivamente em "Il y a longtemps que je t'aime" e "Happy go-lucky". Hawkins tem a vantagem de estar num filme de Mike Leigh, que criou uma tradição de arranjar nomeações para as suas actrizes principais (vide Brenda Blethyn e Imelda Stauntoun).
E claro, Angelina Jolie em "The changeling", um filme do nosso amigo Clint.
Tudo somado, a coisa anda à volta disto:

Kate Winslet - "Revolutionary road"
Meryl Streep - "Doubt"
Anne Hathaway - "Rachel getting married"
Angelina Jolie - "The changeling"
Sally Hawkins - "Happy-go lucky"

A visita do tio Óscar: Melhor actor



No ano passado, os nomeados para a categoria do melhor actor englobavam um grupo de assassinos, capangas, serial-killers e sociopatas, que meteria medo ao próprio Bin Laden. O mais bonzinho de entre eles, o advogado, interpretado por George Clooney, que dá título ao filme "Michael Clayton, era um aldrabão, que só lápara o final do filme desenvolve uma consciência. Depois deste master class de representação do mal (onde Daniel Day-Lewis arrasou, e bem, a concorrência), este ano assiste-se a uma viragem, e assim como Barack Obama anuncia que a esperança está a caminho, também os personagens em destaque este ano trazem um certo bem-estar com a vida, com segundas oportunidades, com a construção de algo de bom.
É por isso que as duas certezas nas nomeações deste ano são Sean Penn, em "Milk", e Mickey Rourke, em "The wrestler". O segundo é um nomeado improvável, não só por ter passado quase 15 anos fora da indústria, à excepção do ocasional papel para ganhar dinheiro, mas também por ter inimigos em tudo quanto é canto daquela cidade. O facto de Sean Penn (também um grande actor, mas sejamos sérios: o tipo tem gente que o odeia de morte, pela pose pretensiosa e opiniões polémicas) ser o seu principal adversário diz muito da corrida deste ano, e pode fazer com que o Oscar fuja quer a um, quer a outro. Mas isto são reflexões para outra altura.

Então, quem entra na dança para as restantes três cadeiras? A atender aos prémios percursores, parece-me lógico incluir Frank Langella, em "Frost/Nixon". Langella é um actor que tem trabalhado dentro e fora da indústria, já leva 70 anos, zero nomeações para Oscar, apesar de ser um deus no círculo teatral, e interpreta um personagem real, Richard Nixon, na adaptação de uma peça da Broadway realizada por Ron Howard. Mais Oscar-proof, só se Nixon tovesse sido um judeu no meio do Holocausto. Para mais, Nixon não é alguém que ficou perdido no meio da história. Pertence ao espaço de memória de muitos membros votantes da Academia.
Sobram dois lugares e candidatos não faltam, desde os mais prováveis aos mais incríveis. A meu ver, penso que as duas hipóteses mais credíveis serão Brad Pitt, por "The curious case of Benjamin Button", e Clint Eastwood, em "Gran Torino". Começando pelo que me parece ser mais certo, Eastwood é um daqueles casos de amor na Academia e de aparuções surpresa à última hora. Não se tem falado muito nem nele, nem no seu filme, mas o mesmo tinha acontecido com "Million dollar baby", e o homem meteu ao bolso dois Óscares (realizador e filme) e uma nomeação significativa (actor), deitanbdo por terra o que toda a gente considerava ir ser o ano de Scorsese, na altura com "The aviator". Ele ia repetindo a gracinha com "letters from Iwo Jima", mas esse ano era mesmo o ano de Scorsese, e nem Cristo poderia ter impedido. "Gran Torino" facturou muito bem no primeiro fim de semana de exibição e embora me pareça um daqueles filmes simplistas, com um personagem que Clint interpretou dezenas de vezes, eles gostam disso. A juntar a tudo, Eastwood anunciou que esta é a sua últimaperninha como actor, e não estou a ver um conjunto de pessoas que o apoiou constantemente a negar-lhe esta oportunidade. Quem sabe, se não mesmo o Oscar... Quanto a Brad Pitt, ele é a estrela daquele que será, provavelmente, o filme mais nomeado. Há quem critique a sua performance por ter uma forte componente digital, e o seu papel por ser passivo, mas a julgar pelas nomeações que tem tido noutros prémios, é uma minoria. Brad Pitt tem sido a cara do filme, e na obra em si, é a nossa ligação a uma história que tinha tudo para descambar, com que ele mantém centrada num realismo com que nos identificamos. Para além disso, ttransofrmaçõa física, meus amigos. A Academia adora quando os bonitos se decidem tornar feios.
A correr por fora, temos Leonardo di Caprio, em "Revolutionary road", uma hipótese que tem vindo a decrescer de força com o tempo; Richard Jenkins, em "The visitor", sério candidato às vagas de surpresa e actor independente, mas lá está, quantos veteranos do cinema indie pode caber nesta categoria, quando Frank Langella já cá está?; Josh Brolin, em "W.", um filme polémico, mas com uma impressionante unanimidade em torno da performance de Brolin; Benicio del Toro", em "Che", naquela que parece ser a sua grande interpretação, mas sendo Che Guevara e um filme muito à margem da industria, apesar do prémio de melhor actor em Cannes, é uma long shot; e ainda mais long shot, mas que se fala, porque este foi o ano dele, Robert Downey Jr., em "Iron Man". No entanto, a meu ver, tudo se circunscreve a estes senhores

Sean Penn - "Milk"
Mickey Rourke - "The wrestler"
Frank Langella - "Frost/Nixon"
Clint Eastwood - "Gran Torino"
BradPitt - "The curious case of Benjamin Button"

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A visita do tio Óscar: Melhor filme


Os Globos de Ouro foram entregues neste domingo, e neste momento, todos os sindicatos profissionais ligados ao cinema anunciaram as suas nomeações de melhores do ano, por isso, neste momento, podemos fazer um retrato mais claro da corrida aos Óscares, numa perspectiva de possíveis nomeados, a uma semana de estes serem revelados pela Academia
Comecemos pela categoria principal, a de melhor filme. De momento, há um consenso generalizado em torno de cinco filmes: Slumdog Millionaire, The curious case of Benjamin Button, Milk, Frost/Nixon e The dark knight. Cada um detes filmes surgiu nomeado pelos Produtores, Realizadores e Argumentistas, e também, por um sindicato menor, mas que é normalmente um dos melhores indicadores para os Óscares, pelo de Responsáveis de Montagem. The dark knight e Milk não foram mencionados pelos Globos de Ouro, mas estes são apenas o reflectir do senitmento dos críticos, não dos membros da Academia. No últimos anos, os Globos de Ouro e os Óscares têm entrado em desacordo: no ano passado, por exemplo, os Globos premiaram "Atonement" e os Óscares "No country for old men; há dois anos, os Globos premiaram "Babel" e os Óscares "The departed".
Em parte, isto deve-se ao facto de a corrida oscarizante se dividir em duas fases: a fase de triagem crítica e o jogo mais a sério, quando os candidatos estão a postos, com trunfos na mão e começamos a assistir a votantes reais da Academia a mostrar as suas intenções de voto. Esta segunda fase é aquela em que vamos entrar já a partir desta semana.
É aqui que este consenso pode mudar. Até agora, os cinco filmes acima mencionados pareciam destinados à nomeação, mas Clint Eastwood vem baralhar as contas, como é costume. "Gran torino", o seu filme mais recente, foi um sucesso e está a faezr um pressing de última hora para destronar alguém. Neste caso, seria "The dark knight". No entanto, estatisticamente, dos dez filme smais rentáveis da história, apenas um ("Spider-man 2") não foi nomeado para melhor filme. Pode-se argumentar que tal como este, também The dark knight é um filme de super-heróis. Porém, Batman conta com três factores que lhe dão vantagem: o primeiro é sem dúvida Heath Ledger, cuja morte ainda ressoa em Hollywood, passado um ano, e cuja interpretaçõa é universalmemente louvada; o segundo é o impressionante box-office, que não se limita a ser grande: estamos a falar do segundo filmes mais visto de sempre; o terceiro é a aura de crítica séria e emabiente realista que não está presente noutras adaptações de BD. Clint Eastwood é sempre um factor de desequilíbrio, mas parece-me difícil que, num ano de crise, seja possível ignorar a façanha do filme de Christopher Nolan.
Quanto aos restantes, não me parece que haja grandes dúvidas. "Slumdog millionaire" tem coleccionado prémios e admiração, e no ano de eleição de Barack Obama, é um filme tão absurdamente positivo e cheio de esperança que parece encarnar o espírito dos tempos; "Bejamin button" é uma daquela sobras épicas ao gosto da Academia, um triunfo da técnica, uma aobra destinada a ser admirada; "Milk" é um biopic, o género preferido da Academia, sobre uma figura dos anos 70, o que preenche a quota demográfica da Academia, e sobre a questão gay, que tem estado presente nalguns nomeados do passado; e Frost/Nixon preenche a quota de filmes de actores, também sobre a década de 70, e uma adapatão teatral tão ao gosto dos Óscares.
Assim, sendo, os cinco nomeados deverão mesmo ser:

Slumdog millionaire
The curious case of Benjamin Button
Milk
Frost/Nixon
The dark knight