domingo, 16 de setembro de 2007

"The breakfast club" (1985)


"The breakfast club", de John Hughes, é uma das grandes pérolas semi-ignoradas dos anos 80, mas se tentarmos resumir-lo em duas ou três linhas, presta-se a ser um filme que pode descambar: afinal, a premissa fala-nos de 5 jovens que, propositadamente, representam os clichés que temos da juventude: Brian, o cérebro; Bender, o rebelde; Andy, o desportista; Claire, a menina bem; e Allison, a passada dos carretos. Num sábado, são forçados pelo director a ir à escola e passar oito horas fechados numa sala, de castigo, para escreverem um ensaio sobre o tema "Quem sou eu?". Claro que as características próprias entre as personagens os vão colocar em conflito uns com os outros, forçando-os a descobrir no processo aquilo que são por detrás do que querem existir para os outros. Fazer um filme sobre jovens fortemente baseado em diálogo e com muita pouca história é arriscado, mas o talento de Hughes, que traça os seus personagens com a dose certa de leveza e profundidade, fazendo-nos interessear por elas sem nos sentirmos afogados no seus problemas, sustenta o desafio. Para mais, o filme tem um inspirado casting, com Emilio Estevez, Judd Nelson, Ally Sheedy, Anthony MIchael Hall e Molly Ringwald, que viria a ser a teen queen dos anos 80. A razão pela qual o filme vai resistir ao teste do tempo é porque, ao contrário da política e de temas sociais, as emoções humanas nunca vão passar de moda: daqui a 100 anos, ser adolescente vai continuar a ser tão desesperante e horrível como é hoje; e no entanto, nenhum de nós trocava essa fase por nada e gostávamos de a viver outra vez. "The breakfast club" é um filme que faz os adolescentes compreenderem-se a si próprios e quando fala das relações entre pais e filhos, talvez ajudasse os adultos a verem os filhos adolescentes de outra maneira. Claro que tem happy ending, o filme. São os anos 80. A aadolescência nem sempre acaba assim. Mas o cinema é sonho, e todos nós gostávamos que a vida fosse como queremos, certo? Vejam "The breakfast club": uma obra sobre a qual se chegou a falar em sequela, mesmo com todos os remakes atrasados que dela se fizeram.



P.S Ah, e não esquecer Paul Gleason, no papel de director da escola. Morreu este ano. Uma vénia a esse senhor.

Um comentário:

João Santiago disse...
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