quarta-feira, 12 de setembro de 2007

"Commando" (1985)

A década de 80 trouxe-nos alguns dos grandes clássicos da história do cinema, mas também anunciou a chegada de um sub-género que fez furor: o cinema de acção Reaganiano. Ronald Reagan, como estarão recordados, presidiu aos destinos dos EUA durante boa parte desta década, e a sua atitude política relativamente ao exterior, dura, musculada, irredutível, traduziu-se numa série de filmes e de heróis que marcam a imaginação de quem, como eu, foi criança durante este tempo.
Um excelente exemplo deste género é protagonizado por uma das suas maiores estrelas, o actual governador Arnold Schwarzenegger, e brilha quase isolado no firmamento do cinema chunga: falo, evidentemente, de "Commando", de Mark L. Lester. Como convém nestes filmes, a história conta-se em poucas linhas: Arnie é John Matrix, antigooficial de Operações Especiais, agora retirado. Quando lhe raptam a filha para o obrigar a assassinar o presidente de um país da América Latina, Matrix é obrigado a voltar aos velhos hábitos, para salvar a sua preciosa pérola das mãos de Arius, general que insiste ser tratado por "El presidente", e Bennett, facínora-mor e arqui-inimigo do herói.
Segue-se aquilo que o cinema reaganiano tem a mais e que transforma os sues filmes em comédias involuntárias: explosões fantásticas, matança generalizada provocada pelo homem-exército que é Matrix (89 em cena e provavelmente dezenas de outras nas explosões) e tiradas cómicas de génio, os one-liners que ainda hoje são obrigatórios no género de acção.
Destaco o momento em que Matrix aniquila o homem que é suposto vigiá-lo num avião para depois pedir à hospedeira que não acorde o homem, porque este está "dead tired"; ou o momento em que Matrix mata Bennett, com um tubo de vapor, aconselhando o inimigo com sabedoria folclórica: "Let off some steam, Bennett".

Um clássico, como podem ver, com dezenas de remakes nos anos seguintes, mas que, ao contrário de "Commando", não deixaram sequelas.

Um comentário:

Vítor H. Silva disse...

Um marco nos filmes com altíssimos bodycounts que se faziam na altura!
A piada das sequelas talvez seja um pouco Schwarzeneggeriana demais, não?!